sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Significados dos nomes dos principais bairros, ruas e avenidas de São Paulo

Aclimação - de Jardim d´Acclimation (Paris), o bairro abrigou o primeiro zoológico de São Paulo; a região era utilizada para "aclimatação" do gado que transitava na região

Água Branca - nome de antigo córrego

Antártica (avenida) - vem de Cia Antártica

Água Rasa - na região o ribeirão Tatuapé era raso

Ana Rosa (largo e est. de metrô) - vem de Dona Ana Rosa de Araújo Galvão, que doou herança para a criação do Instituto Dona Ana Rosa que cuidava de crianças abandonadas, depois o nome foi dado ao Largo Dona Ana Rosa

Anhangabaú - rio "dos malefícios, do diabo"

Anhanguera - "diabo velho", apelido dado pelos índios ao bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva

Anhembi - rio "dos nhambus", espécie de peixe

Aricanduva (rio e avenida) - "lugar onde há muitas palmeiras da espécie airi"; nome da empresa de loteamentos de Ademar de Barros

Barra Funda - na região a barra do Tietê era funda

Bela Vista - vem da bela paisagem da região onde hoje é a Praça da Bandeira

Belém - vem de São José do Belém

Bixiga - de Antônio Bexiga

Bom Retiro - o local era procurado pelas pessoas para o seu "retiro" de fim de semana

Brás - de José Braz

Brás Leme (avenida) - do bandeirante Brás Esteves Leme

Brasilândia - vem de Companhia Brasilândia, de José Munhoz Bonilha

Bresser (rua e est. de metrô) - vem de engenheiro Carlos Bresser

Brooklin - vem de Brooklyn de Nova Iorque, em alemão da Idade Média significa ponte pequena

Butantã - "solo duríssimo"

Cambuci - "pote"; tipo de árvore

Cantareira - prateleira para guardar cântaros(vasos grandes para líquidos)

Campo Belo - no local havia uma parada de bonde com esse nome

Campo Limpo - vem de estrada do Campo Limpo

Campos Elísios - vem de Champs Elysées, em Paris

Capão Redondo - capão é uma porção de mato isolado

Carandiru - vem de candiru, peixe de água doce; nome de antigo córrego
Casa Verde
– vem de meninas da casa verde, e depois de Sítio Casa Verde; tal sítio era propriedade de umas meninas que moravam na rua do Rosário (atual Quinze de Novembro) em uma conhecida casa verde
Cerqueira César
- ex-governador de São Paulo

Cidade Tiradentes - nome do primeiro conjunto habitacional do bairro

Congonhas (aeroporto) - vem de Visconde de Congonhas, apelido do 1º governador de São Paulo que nasceu nessa cidade mineira

Consolação - vem de Nossa Senhora da Consolação

Cumbica - "nuvem baixa"

Freguesia do Ó - vem de Caminho de Nossa Senhora do Ó; as freguesias eram os bairros que ficavam nos arredores da capital (que se restringia ao centro) e que receberam essa denominação até a época da proclamação da república

Grajaú - cesto fechado para transportar galinhas e aves; aparelho para conduzir louça de barro; aparelho para conduzir peixes; cidade e rio no Maranhão

Guaianazes - nome de antiga tribo indígena

Guarulhos - de Guaru, que significa "comedor"; "índio barrigudo"; nome de antiga tribo indígena; de Nossa Senhora da Conceição dos Guarulhos

Heliópolis - cidade do sol

Higienópolis - cidade da higiene; foi planejado para ser um bairro bem arborizado

Ibirapuera - "madeira podre"

Iguatemi - "rio sinuoso"

Interlagos - entre lagos

Ipiranga - "rio vermelho, barrento"

Itaim - "pedra pequena"

Itaim Bibi - vem de Itaim do Bibi, apelido de Leopoldo Couto de Magalhães

Itaquera - "pedra adormecida"; "pedra dura"

Imirim - "rio pequeno"

Indianópolis - vem de Indianápolis (EUA)

Jabaquara - "rocha"; "buraco"; "lugar dos refugiados"

Jaçanã - ave de peito vermelho que vivia perto do rio Cabuçu

Jaguaré - "lugar onde existe onças"

Jd. América - nome de esposa de um inglês fundador do bairro; de Cia Edificadora de Villa América

Jd. Anália Franco - nome de educadora atuante na região

Jd. Europa - vem de Sociedade Anônima Jd. Europa

Jd. São Paulo - vem de Villa Paulicea, nome de antiga estação de trem e de bairro vizinho

Lapa - gruta, vem de Nossa Senhora da Lapa

Liberdade - nome dado a uma rua na época da abdicação de D. Pedro I (1831); nome dado ao antigo Largo da Forca quando se extinguiu essa pena de morte; diz-se também que o nome foi reforçado durante a época da abolição dos escravos (1888)

Limão - primeiros moradores encontraram pés de limão bravo

Luz-vem de Nossa Senhora da Luz

M´Boi Mirim (avenida) - "cobra pequena"; nome de estrada e córrego
Moema
-"mentira, falsidade"

Mooca - "faz casa"

Morumbi - "colina verde"; "mosca verde"; "lugar de lutas"

Mantiqueira (serra) - "lugar em que a chuva goteja"

Paes de Barros (avenida) - vem do nome do fazendeiro Rafael Aguiar Paes de Barros

Parada Inglesa - havia uma parada de trem próxima de um bairro fundado por um inglês(Vila Harding)

Paraíso - vem de Chácara do Paraíso

Penha - vem de Nossa Senhora da Penha

Perdizes - vem de Quintal das Perdizes

Perus - "pôr-se apertado"; Nhá Maria morava na área e criava perus

Pinheiros - vem de Nossa Senhora dos Pinheiros, e depois de Bosque dos Pinheiros

Pirituba - "vegetação de brejo"

Pacaembu - "arroio das pacas"

Parque Edu Chaves - nome de antigo aviador e amigo de Santos Dumont

Parque Peruche - vem de José de Paula Peruche

Pompéia - vem de Aretusa Pompéia (esposa do dono da maioria das terras); antiga cidade grega

Raposo Tavares - bandeirante Antônio Raposo Tavares

Sacomã - vem do nome da família loteadora do local e que possuía uma cerâmica (Sacoman)

Santana - mãe de Maria e avó de Jesus

Santa Cecília - vem da antiga capela de Santa Cecília

Santa Cruz (est. de metrô) - vem de capela de Santa Cruz

Santa Ifigênia - filha do rei Eglipo e da rainha Ifianassa da Etiópia

Santo Amaro - vem de Aldeia de Santo Amaro

São João (avenida) - vem de São João Batista

São Mateus - de Mateus Bei, italiano loteador do local

São Miguel Paulista - vem de São Miguel Arcanjo

Saúde - vem de Nossa Senhora da Saúde, e depois de Bosque da Saúde

- igreja matriz

Socorro - vem de Nossa Senhora do Socorro, e depois de Capela do Socorro

Sumaré - tipo de orquídea

Tatuapé - "caminho do tatu"; nome de antigo ribeirão

Tietê(rio) - rio "verdadeiro, profundo"

Tremembé - "brejo, lamaçal, pântano"

Trianon (parque) - salão para reuniões dançantes que ficava no belvedere Trianon

Tucuruvi - "gafanhoto verde"; "taquara verde"

Vergueiro (rua e est. de metrô) - de José Vergueiro

Vila Carrão - de Conselheiro Carrão

Vila Clementino - do jurista Dr. Clementino de Souza e Castro

Vila Gomes Cardim - loteador do bairro, jornalista, advogado e político

Vila Maria - sugestão de Eduardo Cotching (um dos loteadores)

Vila Hamburguesa - proprietário do sítio era de Hamburgo (Alemanha), e gostava da cerveja Hamburguesa

Vila Matilde - nome da filha da proprietária da gleba de terra, dona Escolástica Melchert

Vila Olímpia - cidade grega

Vila Prudente - de Prudente de Morais, havia também a Cerâmica Vila Prudente

Vila Romana - de Roma, cidade natal do loteador

Vila Leopoldina - vem de Imperatriz Leopoldina; vem de Leopoldina Kleeberg (sócia da empresa loteadora)

Vila Madalena - de Madalena, cujas irmãs Ida e Beatriz também eram filhas de um fazendeiro

Vila Mariana - esposa de Alberto Kuhlmam, engenheiro da Cia Carris de Ferro que deu o nome a uma das estações de bonde a vapor que ia até Santo Amaro; junção de Maria e Ana, esposa e mãe de Carlos Petit, um dos moradores mais importantes

Vila Formosa - nome antigo de Ilha Bela

Vila Buarque - do engenheiro Manuel Buarque de Macedo

Vinte e Cinco de Março (rua) – data da primeira constituição do Brasil (1824)


fonte: www.janeladesaopaulo.blogspot.com

FREGUESIA DO Ó

O bairro da Freguesia do Ó não é muito famoso entre a maioria dos paulistanos. A maior parte deles apenas conhece porque, nas manhãs, os noticiários informam que há trânsito demasiado na ponte da Freguesia. Outro aspecto conhecido desse bairro é o Largo da Matriz, que abriga o Frango, eleito pela revista Veja São Paulo como melhor boteco da cidade por algumas vezes.
A mídia prefere apenas retratar o bairro, como um dos que beiram a Marginal Tietê, como se não tivesse nada, além disso. Quando Ademir Santos, morador da região do Higienópolis é questionado onde é localizada a Freguesia, surge a surpresa: “É periferia né?”
Um bairro composto por, em sua maioria, classe média, a Freguesia não tem grandes dados sobre violência. Isso apenas acontece esporadicamente. A localização é na Zona Norte de São Paulo, diga-se, é o último bairro da ZN que faz fronteira com a Oeste, com o bairro de Pirituba. O que mais toma conta nesse bairro são os bares e escolas. Praticamente em todo quarteirão encontra-se uma, independente do nível. Já os bares são maioria onde quer que passe. O concurso “Boteco Bohemia” já passou por dois da região, e isso atrai botequeiros de todos os lados da cidade, como o estudante Vinicius Fuentes. “Saio do Centro pelo menos uma vez por mês pra vir passar a tarde no Frango”.

VILA MARIANA


Localizado na zona Sul da cidade de São Paulo, a Vila Mariana não recebe muito destaque da mídia. Talvez, por não reinar no bairro nenhuma marcante concentração de imigrantes, como ocorre, por exemplo, na Liberdade com os japoneses e na Mooca com os italianos.
No bairro, predominam os moradores de classe média alta, com grande presença de comércio, residências e instituições de ensino particulares (escolas e universidades). Essas características de fato, não chamam muita atenção na mídia. Até por isso, muitas das aparições do bairro se devem ao acontecimento de eventos esportivos (pois ali se encontram acessos ao Parque do Ibirapuera) e culturais (presença da Cinemateca Brasileira, do SESC Vila Mariana, além dos diversos institutos de ensino como foi citado anteriormente). É quasse irrelevante na mídia a presença de notícias falando da violência, devido à baixa criminalidade do bairro.
A Vila Mariana é tão pouco falada na mídia, que muitas pessoas sequer sabem a localização correta dela: “È ali entre Moema e o Brooklyn, né?”, afirma o estudante Rodrigo Antunes, 21. Na verdade, não é. Fica sim, perto de Moema, Paraíso e Vila Clementino. Localização essa que torna a Vila Mariana um bairro com os melhores acessos da cidade.
Outros, como Marcela Freire, 24, conhecem o bairro pela importante presença das linhs do metrô: “Vila Mariana? Conheço pela estação (de metrô) com o mesmo nome e pela estação Ana Rosa também). No bairro, circulam as linhas Verde e Azul do metrô.
No bairro, ainda se encontra uma pequena parte da Avenida Paulista e o Hospital do Servidor Público Estadual, que é um megacomplexo hospitalar que responde por quase 40% dos atendimentos dos servidores públicos estaduais.

Veja abaixo mais algumas informações interessantes sobre o bairro:

- A renda média dos moradores gira em torno de R$ 3,6 mil mensais, quase o triplo da média municipal de cerca de R$ 1,3 mil.
- Na educação, quase 80% das pessoas da região completam o Ensino Fundamental e mais de 71% o Ensino Médio, contra as médias de municipais de 49,9% e 33,68%, respectivamente.
- O analfabetismo é reduzido a apenas 1,10% dos mais de 120 mil moradores, enquanto na cidade, 4,88% da população é considerada analfabeta.
- No bairro ainda está presente o instituto Dante Pazzanese

Capão Redondo




A imagem que se costuma ter sobre um bairro da periferia normalmente não é das melhores, e isso não acontece apenas por parte de quem mora em regiões centrais e consideradas nobres, uma poessoa que sai de Cidade Tiradentes, zona leste de São Paulo, e vai pela primeira vez à Jardim Ângela ou Capão Redondo, ou vice-versa, por exemplo, sente inconscientemente um certo desconforto, isso é natural, ainda mais quando as informações publicadas sobre essas regiões geralmente não passam de índices de violência (aumento ou redução), a impressão é de essas regiões são desse jeito, sempre foram e para sempre serão. Em uma cidade com a extensão de São Paulo nascem naturalmente várias "cidades" dentro dela, o que acaba por afastar as pessoas da sua própria cidade, levam-nas a desconhecer sua história, seu passado.

Mano Brown, rapper criado em Capão Redondo produziu um mini documentário mostrando as origens do bairro. Esse documentário entrou como extra no DVD ao vivo dos Racionais Mc's "1000 Trutas e 1000 Tretas" lançado em 2006


Documentário partes 1 e 2








quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A cidade, sua alma e a constituição de sua particularidade


A alma da cidade é a visão presente em cada análise dos cidadãos, em cada localidade, em cada som, luz, cor e tudo o que faz do espaço urbano perceptível e passível de reconhecimento aos olhares daqueles que a habitam. James Hillman, renomado psicólogo de nossos tempos, afirmou que: “quando pensamos em alma e em ligações da alma, pensamos em intimidade, e isso não tem nada a ver com o tamanho da cidade ou de seus prédios. Há sempre a possibilidade de esquinas, de cantos, de pausas, de se estar junto em interiores onde seja possível a intimidade”. Ele entende a alma como o fruto das relações sociais. Sobretudo quanto à alma de uma cidade, o mesmo vê nessas relações o caráter significativo que dá vida e sentido a grandes prédios, monumentos, altares e os mais variados lugares espalhados pelo espaço em que vive a humanidade. No livro Na Natureza Selvagem, de Jon Krakauer, é narrada a história verídica de Christopher McCandless, garoto americano de classe média alta que resolve abandonar tudo o que tinha, logo após graduar-se na universidade, para viver desprovido dos valores que regem a sociedade moderna, isolado em meio à natureza. McCandless acreditava no fato de que apenas a vida em contato direto com a natureza traria a purificação total da alma. O garoto, por fim, à beira da morte, deixa escrito num diário que mantinha, que a alma apenas se consolida como alma e se realiza a partir do contato com o outro, deixando a prova de que a essência da metáfora “alma”, tanto neste caso como em relação à alma da cidade, encontra-se no que a própria cidade propicia ao cidadão. Uma cidade sem relações sociais sólidas não apresenta caráter nenhum, nem sinal de sobrevida do social, ou seja, não se pode analisar o caráter particular nem afirmar que aquela cidade possui um “perfil”, desenvolvido a partir da relação do ser humano com o meio e com o outro que habita aquele meio. Para Hillman, as relações humanas dentro das cidades é que criam um perfil de cada uma delas. Em meio à uniformidade e impessoalidade dos grandes produtos urbanos (muros, torres etc.), encontram-se maneiras de se “abrir espaço para a alma”. Entende-se, por fim, neste breve devaneio consciente e analítico, que a verdadeira alma da cidade se caracteriza pela representação da mesma, por quem a habita, pela cultura, pela importância sócio-econômica, localização geográfica, pela diversidade étnica, racial, religiosa ou por muitos outros fatores que constroem o que se pode chamar de perfil, de essência: da verdadeira alma da cidade.

Bem-vindo!

Seja bem-vindo ao Alma Paulistana, que irá restratar as diversas "São Paulos" dentro dessa gigante metrópole.